Vem aí um livro de António Araújo
Eremita
António Araújo (AA) conquistou-me com uma entrevista ao Expresso no preciso momento em que li "Há História, há ficção, e depois há Fernando Dacosta". Desde então, sou leitor fiel do Malomil. Por isso, dei já instruções ao moço de recados para estar em Lisboa no próximo dia 9 de Novembro e marcar presença na apresentação do último livro de AA. Presumo que AA escreveu um livro na linha de um texto seu sobre a cultura de direita contemporânea (em Portugal). Aqui entre nós, embora admita um possível erro de paralaxe, ninguém me tira da cabeça que a geração mais privilegiada pela História foi a do meu pai, que viveu a guerra colonial e a transição para a democracia, e que as gerações que nasceram já com a democracia, e depois a internet, com a possível excepção de algumas minorias, têm uma História colectiva de merda, sem um único episódio marcante. Daí que escrever a História da minha gente me pareça um trabalho só ao alcance daqueles virtuosos capazes de fazer arte do material mais vulgar. Dito isto, não pode haver tensão entre esquerda e direita quando um livro é apresentado por Ricardo Araújo Pereira (que só em Portugal e nos dias que correm pode passar por representante da esquerda) e Pedro Mexia.