Tony Robbins
Eremita
Creio que me cruzei com Tony Robbins durante alguma madrugada de zapping alientante, nos primórdios da TV shop em Portugal, ou seja, há décadas, mas nunca o ouvi, apenas sei que é a grande referência dos motivational speakers, um homem já mundialmente famoso neste estranho universo do pensamento positivo quando Gustavo Santos ainda estava por se materializar. Devemos ter em relação a esta gente, tão dada à autopromoção, a mesma desconfiança com que tratamos os comerciantes da área da restauração, mas acredito piamente que Robbins está mais perto de ser o melhor do mundo na sua área do que um qualquer pasteleiro de Campo de Ourique de fazer o melhor bolo de chocolate ou de um retornado instalado nos subúrdios ser, efectivamente, o rei dos frangos. Não atribuo um significado especial à coincidência de Robbins vir a Lisboa numa altura em que comecei uma audição comparada de motivational speakers, mas foi o suficiente para que tivesse procurado o seu podcast, que irei escutar depois de publicar este post; estou também já a tratar da logística que me permitirá ouvir Robbins ao vivo sem sair de Ourique, recorrendo aos serviços do moço de recados. Haverá novidades em breve, mas desenganem-se já aqueles que vêem neste capricho ouriquense uma forma fácil de escárnio ou de atingir o higher moral ground, pois tudo começou com a constatação de que os podcasters mais carismáticos que ouço, como Marc Maron ou Joe Rogan, ou mesmo as raparigas de Guys we Fucked são, em grande parte, motivational speakers encapotados, e muito provavelmente devem o sucesso a essa característica (aliada a uma sinceridade pouco habitual).