Riccardo Marchi e o grupo dos 67
Eremita
Causa estranheza, desde logo, que 67 vozes autorizadas se levantem no espaço público contra uma só, ainda mais quando esta última não é a de um responsável público [o investigador Riccardo Marchi] a definir ou implementar uma política, mas tão só a de um investigador que escreveu um livro [sobre o Chega]. Luís Pereira Coutinho, Público
Valerá a pena lembrar que o branqueamento do racismo do Chega feito por Riccardo Marchi seria menos conhecido se 67 académicos, incluindo algumas das figuras de proa das Ciências Humanas, não tivessem protestado? O que me surpreendeu verdadeiramente é a convicção destes académicos de que as opiniões de Riccardo Marchi são científicas. A ciência política sobre partidos contemporâneos, sobretudo quando feita à base de técnicas elementares como a recolha de depoimentos, tem muito mais de política do que de ciência. Toda a gente sabe isto, menos os 67 académicos. Além de contraproducente, há algo de quixotesco e self-serving nesta investida dos 67. Mas reconheço que "grupo dos 67" soa muito bem.