Q.E.D.
Eremita
A acareação em diferido que dura há anos entre Sócrates e Campos e Cunha é um dos aspectos mais desconcertantes da Operação Marquês. Como pode alguém acreditar no que Sócrates diz sobre Campos e Cunha depois de conhecida a derradeira carta de demissão do ex-Ministro das Finanças? Como pode Sócrates ter ainda a lata de dizer o que - aparentemente - disse ontem no tribunal ao juiz Ivo Rosa? Por causa das pressões para nomear Vara para a CGD (mas não só), Campos e Cunha foi um dos primeiros a topar o estilo de Sócrate e quis ver-se livre da associação ao ex-PM. Está tudo na carta de 2005. Aliás, a carta é tão importante que Sócrates a tinha escondida em sua casa. Ao bom estilo populista, Sócrates tem repetido que Campos e Cunha se demitiu por ter visto reduzida a sua pensão, mas os factos desmentem-no estrondosamente. Pode não estar nada provado, mas que estamos perante um consumado e reiterado aldrabão não restam dúvidas.