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Um diário trasladado

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23
Ago19

Pilinhas e pipis


Eremita

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A dois tempos (I e II), o Observador faz a gestão de danos provocados pela sempre-católica-mas-nem-sempre-cristã Laurinda Alves e o "democrata-cristão" Filipe Anacoreta Correia, expondo ainda as aldrabices que a jornalista Helena Matos, o excitável Vitor Cunha, "Chicão" (o líder dos jovens centristas) e Miguel Morgado and friends andam a promover a propósito de um despacho que estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género nas escolas. O combate ideológico no plano dos costumes parece ser o que resta neste momento a uma direita sem rumo, mas creio que ou fizeram mal as contas (pois a sociedade está mesmo a mudar) ou estão preocupados com ganhos pessoais paroquiais e efémeros. Sobra ainda a hipótese da tara obsessiva, pois Helena Matos chega a falar em "KGB do género", uma coisa "tenebrosa" e  "Estado totalitário". A senhora não terá amigos que a aconselhem a não fazer figuras ridiculas?

9 comentários

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    Eremita

    24.08.19

    Caro João,

    Estou a escrever um texto mais substancial que deve aparecer na imprensa (online) para a semana. Depois aviso. Mas a minha opinião não é a da "esquerda caviar" porque se baseia na evidência científica. E a evidência é claríssima: os transgéneros, em maior ou menor grau, sentem um desfasamento entre o corpo e a mente pois têm um cérebro que não corresponde aos órgãos genitais. Por isso, a crítica de que se anda a promover a escolha do sexo/género como se tratasse de uma preferência estética ou um capricho não faz qualquer sentido e é particularmente cruel (e nada cristã) tendo em conta o enorme risco de suicídio que ensombra os transgéneros. No fundo, os críticos estão apenas assustados com a possibilidade das suas filhas poderem vir a partilhar uma casa de banho com um rapaz que quer ser rapariga e tudo o resto não lhes interessa, como nunca lhes interessou porque os transgéneros são tão raros e tradicionalmente marginalizados que podemos fingir que na verdade não existem e pensar que um dia foram crianças e adolescentes é um exercício de empatia demasiado exigente.
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    João Leal

    25.08.19

    Pois, pelo que tenho lido no seu blogue ao longo dos anos, as suas análises e opiniões, em particular em relação a este tipo de assuntos, tem sido sempre o de esclarecimento bem equilibrado. As reações baseadas no chamar nomes ou na menorização do "habituem-se" sem esclarecimento alimenta a famosa acusação de "esquerda caviar" ou o mais recente "urbanitas" muito em voga nos Estados Unidos e Brasil. É simples imaginar alguém que seja contra o infame decreto a ler o seu post, e que não conheceça o seu trabalho anterior aqui no blogue e na imprensa, mais do que a arrumá-lo logo nas categorias acima, principalmente a perder uma boa oportunidade de esclarecimento.
    Sou a favor que os transexuais sejam tratados tão bem como as outras pessoas nas Escolas. Mal comparando, porque são coisas diferentes, eu lembro-me muito bem de como os rapazes enfeminados (e nem sequer diziam que eram homossexuais) sofriam atrocidades dia sim, dia não ou dia sim, dia sim na escola pública portuguesa dos anos 80 e 90. Se os miúdos trans têm especificadades, devem ser acauteladas como as das outras pessoas que têm especificadades de modo a teren uma vida normal e não de tormento.
    Pedi-lhe o parecer e lerei o seu artigo, a cuja publicação irei naturalmente estar atento, porque depois de ler o despacho fiquei com algumas dúvidas importantes sobre aspetos que entre os seus defensores ninguém parece referir. As minhas conclusões, que podem estar erradas, apontam para alguns dados que não dizem respeito aos trans. O despacho fala principlamente de identidade e expressão de género sem as definir e devia. Quando fui à procura dos seus signficados na net dei por mim a ler aquelas saladas de palavras que não dizem nada de específico e abrem as portas a quase qualquer interpretação. Um cidadão ou um pai devem comer e calar, é isso? "Os senhores técnicos que estudam estas coisas devem saber o que estão a fazer por isso não devo criticar ou apresentar dúvidas"?
    Além disso o que é que o despacho nos diz acerca do que é uma pessoa em transição? Quem acha que quer? Quem quer? Quem já arrancou com os processos hormonais? Não sabemos. Temos de ir procurar a outro lado e aí acontece o mesmo com identidade e expressões de género.
    Todavia, o que mais me intrigou foi o texto no preâmbulo " o Estado deve garantir a adoção de medidas no sistema educativo, em todos os níveis de ensino e ciclos, que promovam o exercício do direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e do direito à proteção das características sexuais das pessoas" Estas medidas no sistema educativo que o Estado deve promover significam o quê? O Estado de vem promover o exercício do direito? O Estado não deve promover o exercício mas sim deixar que sejam exercitados os direitos.
    Biologicamente existem dois sexos (não considerando casos bizarros e insignificantes em termos estatisticos) e há pessoas que transitam de um para outro e não vejo nada de mal nisso. Se as expressões e identidade de género forem aquelas todas que os movimentos LGBT promovem, e sendo isso para mim (e para milhões de portugueses uma espécie de mania particular, não estou de modo nenhum de acordo que se instruam míúdos nas escolas como se isso fosse algum tipo de verdade cientifica ou represente um modo correto de viver que não tem contraditório. A escola deve proteger as pessoas de serem discriminadas? Sim. A escola deve instruir sobre assuntos que não dizem respeito à escola? Não. A escola deve ter aulas e sessões de esclarecimento acerca do assunto? Não sei, mas por mim pode desde que com autorização expressa dos pais e sem carácter de obrigatoriedade.
    Fico a aguardar o seu artigo. Obrigado
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    caramelo

    26.08.19

    (Olá, Eremita) João Leal, uma coisa que a escola deve promover, de certeza, é a capacidade de interpretação de textos. Acho que houve uma altura em que isso fazia parte de uma única disciplina, porque era preciso ensinar os funcionários a redigir e a ler textos. Portanto, com um bocadinho de empatia pelo pobre despacho, uma qualidade muito útil nestas circunstâncias, chegamos a entendê-lo melhor (Isto faz-me lembrar as eternas discussões sobre o preâmbulo da constituição e a via para o socialismo). De qualquer forma, poderíamos continuar aqui as elocubrações sobre o que significa “promover”, o que se entendeu, ou o que se pretende, mas esse seria um exercício algo falso, porque desconfio que nenhum opositor do despacho o desentendeu e está sinceramente preocupado com a eventualidade de os professores escolherem no princípio do dia o género dos miúdos, obrigando-os a ir à casa de banho respetiva, ainda que lhes falte a vontade. Seria uma distopia engraçada, mas os burocratas do ministério não têm imaginação para tanto. Outra preocupação, mais lógica, mas não menos tonta, é que as crianças iriam convencer a escola que eram do sexo oposto, para irem espreitar as outras à casa de banho. Tive amigos e colegas, carismáticos, capazes dessas artes do diabo, mas acho que os miúdos agora são muito infantis. Para além de que nenhum, em tempo algum, precisou disso.

    Sobre as sessões de esclarecimento, note que é isso que a escola é desde que há escola. A escola faz o quê? Esclarece coisas em sessões diárias. Nunca cheguei a assinar uma autorização para que esclarecessem o meu filho que uma nave espacial não atravessa a galáxia em meia hora, coisa que o poderia até ter traumatizado, depois de anos a ver coisas como o star wars. Por maioria de razão, também não vejo necessidade de assinar autorização para que ensinem ao meu filho que existem outros modos de vida e que os deve respeitar. Até porque essa é uma verdade mais científica do que outras coisas que lhes ensinam, como, por exemplo, que a Agustina é melhor do que o Júlio Dantas.

    Eu tenho a certeza que o Vasco vai escrever um texto brilhante sobre o assunto. Vou lê-lo pelo puro gozo de o ler, o que não é nada pouco, e por um acréscimo de coisas sobre genes e outros micróbios. O essencial, o simplezinho, aquilo que se deve aprender em criança e que e na maior parte dos casos aprende-se mais tarde do que se deve, já aprendi. São coisas que devem preceder a aritmética. No bairro onde cresci, cresceu também um rapaz, mais velho do que eu, que sempre se sentiu mulher e sempre se vestiu de mulher. Acabou por mudar de sexo. Uns aprenderam a respeitá-lo, a maioria (inclusive pessoas bens mais velhas), outros não. Nunca me tinha ocorrido isso, mas tenho pensado agora no que seria o seu quotidiano na escola, em coisas comezinhas para os outros miúdos.
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    Anónimo

    26.08.19

    (aqui João Leal sem conseguir fazer login)
    Ambos admiramos o trabalho do Eremita e aproveito para dizer que tenho aprendido consigo também e com os seus comentários. Por isso obrigado.
    Repare que estamos um pouco em planos distintos. Eu, talvez mais ingénuo e inexperiente a pensar que uma lei mal amanhada e dúbia poderá ser um cavalo de Troia. O Caramelo mais político e pragmático, certamente mais razoável. Tenho de concordar consigo que nenhum dos casos referidos pelo Vasco se preocupa com o que eu estou preocupado. Felizmente, são reações que estou habituado a não considerar com algum empenho, tal como outras do espectro politico oposto. Ainda assim discordamos do papel que atribui à escola e o exemplo que deu não me parece assim muito bom.
    Não consigo ainda assim obter a calma desejada quando confronto o que li no despacho com o que vou lendo há anos acerca destes assuntos e da forma como se desenvolvem na sociedade.
    Só uma nota, enquanto me recolho na expetativa do texto do autor deste blogue. O único caso transexual com que tive contacto implicou uma coragem absolutamente heroica aos níveis social e físico. Uma das coisas que aprendi com esse homem que passou a mulher foi que um trans tende a preferir que o deixem em paz e a passar o mais despercebido possível, algo que este despacho, e a gritaria pro e contra. não me parece prometer uito aos miúdos que um dia queiram mudar de sexo.
    Aguardemos com serenidade.
  • Sem imagem de perfil

    caramelo

    27.08.19

    Uma pessoa trans não quer exatamente que a deixem em paz. Como qualquer outra pessoa, quer que a aceitem como é e isso exige algum investimento ativo por parte do Estado e da sua comunidade, desde a identificação civil à forma de tratamento. Mas isto é sobretudo importante nas crianças, numa fase de formação da personalidade em que precisa de se aceitar e que a aceitem sem constrangimentos. Quando se fala em “sessões de esclarecimento”, ou na “promoção”, é preciso ter em atenção duas coisas. É importante, em primeiro lugar, porque isso educa para a tolerância, com efeitos futuros. Sendo um valor que é, ou devia, ser, central na sociedade, não vejo porque não deva fazer parte do núcleo central do curriculum. Mas ainda que assim não seja, prevendo-se resistência, resta outra razão mais imediata, comum a qualquer criança, mais importante ainda, em que não se pode transigir. Quando entregamos as crianças na escola, esperamos que a protejam e lhe dêem conforto físico e emocional. As casas de banho são apenas um pequeno pormenor logístico, essencial, mas mais facilmente realizável do que o resto. Obviamente, uma criança trans, se tiver consciência das resistências na sua comunidade de bairro ou escolar, dirá que prefere que a deixem em sossego, que a esqueçam. É preciso uma personalidade especial para enfrentar a rejeição. O mesmo para os seus pais, quando confrontados, na escola, com as reuniões de pais histéricos com medo que os seus filhos sejam expostos a riscos. Em circunstancias normais, ideais, isto não daria gritaria nenhuma. Mas é o que há.
  • Imagem de perfil

    João Leal

    27.08.19

    O que me preocupa é não saber o que vai ser dito nessas sessões de esclarecimento ou do que irá constar no curriculum. A normalização nestas questões não faz sentido porque as crianças são diferentes umas das outras em termos até de desenvolvimento.
    Se eu achar que o que vai ser dito está moralmente errado e não é sequer científico devo ficar descansado?
    Se existirem questões morais e religiosas elas devem ser postas de lado? Se houver pais que acham que essas questões devem ser ensinadas por eles não devem ter opção?
    Tem de ser o Estado através de um caramelo (sem ofensa) qualquer a substituir os pais que estão dispostos a fazê-lo?
    Imagine que a sua filha ou filho chega a casa e diz, confuso, que aprendeu na escola que há dezenas de géneros, que existe uma coisa chamada homossexualidade, que não há problema em escolher o género que nos apetece porque este é fluído e que não devemos tratar os outros mal só porque são diferentes da norma. A última parte já você lhe ensinou durante a sua vida toda. Quanto aos outros pontos, você sabe que só há dois géneros e que não é uma questão de opção. Vai dizer que o professor/ativista ONG/sei lá o quê está errado e que não a sua criança não lhe deve dar ouvidos. Isto é bom? Em relação à homossexualidade, você que conhece melhor que ninguém a sua criança, ainda não tinha falado acerca disso porque acha que ela ainda não está preparada e fica um bocado chateado com a coisa.
    Já agora, uma vez que é tão fixe, para a frente e considera que os outros pais tendem a ser irresponsáveis em questões de tolerância, e que deve ser a escola a ensinar, ajude-me com o ano escolar em que esse tipo de ações devem começar e já agora que tipo de assuntos é que devem ser abordados com miúdos do 1º ano, por exemplo. Demasiado prático para se pensar, calculo.
  • Sem imagem de perfil

    caramelo

    27.08.19

    Ó João Luis, a sério?... A sua angústia inicial é, para muitos pais, transversal a qualquer disciplina. É por isso que há um movimento crescente de homeschooling. De resto, sobre sessões de esclarecimento, ou o que lhe queira chamar, se lhe faz tanta confusão, se acha que o Estado não deve doutrinar, considere então apenas a razão principal: a proteção das próprias crianças potencialmente afetadas pelo preconceito, exigência essa que deve ser feita pelos próprios pais que entregam os filhos na escola. Não peço uma assembleia geral de pais para eles decidirem se o meu filho, que é assim ou assado, deve merecer aceitação dos seus filhos (o que compreende a interação pacífica com o outro, coisa essencial para “não tratar os outros mal”). Se os putos chegarem a casa ao fim do dia a achar que existe de facto homossexualidade, que isso é normal, e que, por isso, o seu colega homossexual é normal, azarito prós pais que não pensam da mesma maneira e acham que os filhos ficam traumatizados. Eles que reprogramem os miúdos ao deitar, a contar-lhes histórias mais tradicionais. Mas antigamente os traumas eram de queda de bicicleta ou de cair de árvores abaixo. Descobrir a sexualidade dos outros nunca provocou trauma nenhum, seja em que idade for. A não ser... a não ser que se faça equivaler a homossexualidade a pornografia. Eu sei que o João Luis tem de cobrir essa hipótese, mas acho mais razoável debater na base de considerar os padrões mentais mais correntes e, apesar de tudo, haverá já poucos pais que pensam assim.
    Não vou comentar o “dezenas de géneros” ou o escolher o género como quem vai à prateleira de géneros no supermercado. Está ao nível do “qualquer dia casam com cenouras”. Mas deu-me a ideia de fazer uma história infantil sobre “O menino que namorava uma cenoura”, continuação de “O menino que nasceu num repolho” e prequela de “Orgia na horta”. Isso, sim, João Luis, é muito práfrentex.
    Não faço ideia da percentagem de pais preconceituosos, ou de crianças menos tolerantes, porque o meu filho, digamos assim, está dentro do padrão geralmente aceite de normalidade e nunca tive de me defrontar com isso. Mas o que eu digo para as crianças com diferenças a nível de género pode ser dito também, por exemplo, sobre crianças de outras etnias ou culturas. Esqueceu isso? Há atualmente várias formas de ser diferente. Até há 50 anos, neste país, as únicas diferenças culturalmente admissíveis para as crianças eram a miopia ou o peso corporal, os casos típicos de bullying.
    A sua última pergunta não faz muito sentido. Mas, pelos vistos, se estivesse atento aos programas do primeiro ciclo, por exemplo, iria dar-lhe uma coisa má, tantas são já as referências a modos de vida, a comportamentos certos ou errados na nossa relação com os outros. Mas continuo a dizer, desculpe lá, que há um certo artificialismo nisto tudo. Ou uma dificuldade crónica de empatia.
  • Imagem de perfil

    João Leal

    27.08.19

    Espantoso. Falha certamente minha, mas não me consigo entender consigo. Já não tenho paciência e é óbvio que perdi a minha capacidade de diálogo em caixa de comentários. E pensar que em 2004 tinha um blogue e uma atividade bloguista (isto existe?) de primeira divisão...
    Fiquemos por aqui. Da próxima correrá melhor, certamente. Agradeço-lhe a conversa e lamento se de calguma forma o/a fiz perder tempo.
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