O que se espera de um cronista?
Eremita
Alguns cronistas sentem-se pressionados a comentar a actualidade mesmo quando não têm nada de substancial a acrescentar ao que outros já disseram. Este artigo de Luís Aguiar-Conraria é exemplar. O cronista resolveu escrever sobre as eleições, em parte por necessidade de corrigir o que escrevera a quente no domingo (ou na segunda-feira), mas não diz nada de novo ou relevante.
Há um autismo na escrita da crónica de comentário político que passa por ignorar o que os outros escreveram sobre o mesmo tema para evitar a paralisia e o dever de citação. Aceita-se que seja um comportamento instrumental e a redundância que se produz acaba até por ter o valor de uma sondagem para quem lê a imprensa, mas irrita ver um autor que estimamos a encher chouriços.