O marido de Elisa Ferreira
Eremita
O marido da comissária indicada por Portugal é presidente da CCDR-Norte, responsável pelo programa operacional que recebe o maior envelope de fundos comunitários do país. Público
Se isto não é um caso de incompatibilidade, precisamos de redefinir a palavra. Salvo desatenção da minha parte, o mais extraordinário é ninguém — entre jornalistas e decisores — ter antecipado este problema, sobretudo depois de meses de notícias sobre incompatibilidades na grande família socialista. Estamos perante um bom exemplo de cultura entranhada. Enfim, sugiro um divórcio em 24 horas porque também a República precisa de mártires (mas o PS paga os 280 €).
Adenda: a acreditar nesta notícia, este caso não é problemático porque como "Fernando Freire Sousa [o marido] é “funcionário público” [,] não se aplica o conflito de interesses, já que a sua mulher nunca o beneficiaria a título pessoal, mas, no limite, o organismo público a que o marido preside." Para os burocratas de Bruxelas, o risco do tráfico de influências não é um problema. Para o nosso país, a possibilidade de os fundos beneficiarem certos programas dada a proximidade entre interessados e decisores, não é um problema. Definir a corrupção desta forma caricatural e exclusiva, como um acto em que se entrega uma mala de dinheiro vivo numa garagem pouco frequentada, sem admitir cenários mais subtis, é gozar com os cidadãos.