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25
Mar18

Camilo Mortágua: um momento de pedagogia


Eremita


Camilo Mortágua, pai de Mariana Mortágua, foi e é - porque, felizmente, está vivo - um valente lutador contra a ditadura, participou no assalto ao navio mercante “Santa Maria”, no desvio do avião da TAP de Casablanca para Lisboa, no assalto ao Banco de Portugal, na Figueira da Foz, bem como em outras ações revolucionárias com as quais, como português e democrata, me sinto perfeitamente solidário e cuja execução lhe agradeço e louvo - e que isto fique aqui escrito, preto-no-branco, porque é preciso não ter medo de dizer as palavras justas.

Só a imprensa de uma ditadura que foi culpada por imensos mortos, por uma criminosa guerra colonial, por décadas de perseguições, torturas e prisões que arrasta no seu cadastro histórico, com a PIDE e a censura cobardemente a seu lado, teve o desplante de qualificar como crimes comuns alguns atos justamente praticados, como hoje está mais do que provado, para enfraquecer o regime que iria cair de podre e de ridículo perante a História no 25 de abril. E aproveito o ensejo para prestar uma homenagem a essa outra figura de homem de bem que se chamou Hermínio da Palma Inácio, diabolizado pelos caluniadores anti-democratas.

Alguma direita portuguesa, que nunca conseguiu fazer o exorcismo do Estado Novo, vive ainda uma orfandade envergonhada desses tempos, disfarçada na proclamação da “honestidade” de Salazar, nas acusações, canalhas e comprovadamente falsas, ao desvio das verbas do assalto na Figueira da Foz, numa equiparação miserável das ações da LUAR a delitos comuns - usando precisamente a mesma linguagem que a PIDE utilizava. Aqui pelo Facebook (como se verá em alguns comentários, de forma direta ou ínvia) há ainda muito quem se sinta solidário com a narrativa da António Maria Cardoso.

O meninote que impunenente ataca o nome honrado de Camilo Mortágua não tem culpa, foi provavelmente educado dessa forma. Seguramente que os pais não lhe ensinaram que foi graças a lutadores como Mortágua que hoje usufrui da liberdade que lhe permite escrever as patetices que escreveu. Ou talvez eu esteja enganado: se nada tivesse mudado, ele teria, com certeza, a hipótese de manter exatamente esse mesmo discurso, porque esse era o discurso da ditadura em que se sentiria bem. Seixas da Costa

 


 

4 comentários

  • Sem imagem de perfil

    Anónimo

    26.03.18

    Primeiro não percebo porque é disparate falar sobre o Cristo-Rei.
    Essa velha história do respeito pela religiosidade deu no assassinato dos humoristas franceses e ameaças a vida de Noruegueses.Pode e deve brincar com um mastodonte erguido a ignorância pátria.
    Ele ,o tal meninote,atacou o pai a propósito do que a filha escreveu e ele está a defender o cidadão e não o pai da dita.
    Nelson
  • Sem imagem de perfil

    caramelo

    27.03.18

    Só agora é que vi a boca da Joana Mortágua sobre o Cristo-Rei, uma coisa bastante tímida, aliás, em tom de “desculpem qualquer coisinha”. Levou, como era previsível. Escandalizou muito a direita e embaraçou a esquerda. O senhor Embaixador pertence a uma geração de esquerda muito respeitosa da religião, uma coisa do povo profundo, já de si sagrado, do género que lava no rio e depois vai à missa. Também nenhum dirigente ou militante do PCP se atreveria a beliscar o Cristo-Rei. Tinha de vir a destrambelhada da filha do terrorista mandar bocas. Eu, pessoalmente, implodia o Cristo-Rei. O Cristo-Rei do Rio de Janeiro é uma coisa cenográfica, magnífica. O nosso é uma daquelas estátuas do Estaline que estava no Kazaquistão e foi transplantada para Almada, e chegada aqui deu-lhe para abrir os braços, para fazer ginástica. Está muito bem na margem vermelha.
  • Sem imagem de perfil

    RFC

    27.03.18

    «"Não sei se isto é politicamente incorreto, mas gosto quando não se vê o cristo #almada"», de facto que horror!

    ____

    Podia ser um comentário inocente, um desabafo irónico sem grande importância. Mas há o pormenor de quem o fez e sobre que local".
    "Não sei se isto é politicamente incorreto, mas gosto quando não se vê o cristo #almada", lê- se no texto publicado no Instagram, acompanhado por uma imagem em que as nuvens e a chuva ocultam o monumento.
    Mas acontece que a autora da frase é Joana Mortágua, candidata do Bloco de Esquerda à Câmara de Almada nas última autárquicas, autarquia onde agora é vereadora não executiva. Joana é também deputada na Assembleia da República, tal como a irmã gémea, Mariana Mortágua.
    As reações à mens£[a]gem de quem a segue na rede social não tardaram. "Tristeza. Que vazio tão grande. Mais do que acreditar ou não, saber a história da construção do Cristo Rei - com sacrifício de tanta gente merece respeito e admiração", comenta um utilizador.
    "Eu até simpatizo com algumas causas do bloco mas este post é muito triste. Aqui se vê o respeito pela diferença e a tolerância no bloco (hipocrisia)", diz sergiosegurado.
    Há, também, quem defenda Mortágua: "Desrespeito?! Por expressar a sua opinião? Mas não vivemos num país laico e livre? E sinceramente não vejo, no comentário da Joana Mortágua, motivo para tanta indignação, e muito menos para termos mais ofensivos", diz sarasantosch.
    Uma voz contra a corrente de críticas, que acham o comentário de mau gosto e desrespeitador para com o mais conhecido símbolo de Almada.

    No CM (e no DN), online.

    Nota. O «mais conhecido símbolo» de Almada? Com «sacrifício de tanta gente»? ¿Es necesario el sacrificio?

    [Coelhinho da páscoa, anti].

    Passar fome. Ou pelo menos evitar os exessos: carne, salmão, linguado, marisco. Não usar jóias. Evitar o cabeleireiro. Usar roupa mais discreta: saias compridas, calças menos justas, blusinhas simples. Deitar cedo e cedo erguer. Ter paciência para os outros. Dar sem querer receber nada em troca. Ser melhor todos os dias. Estes são apenas alguns dos "sacrifícios" que milhões de católicos em todo o mundo se propõem fazer durante a Quaresma (período de quarenta dias que vai desde a Quarta-Feira de Cinzas até Domingo de Páscoa), recordando assim o sacrifício que Jesus Cristo fez pela humanidade, morrendo na cruz.
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