Medos
Eremita
O melhor princípio de romance que conheço é o de Para Sempre, de Vergílio Ferreira. Aquele "Para sempre. Aqui estou" funciona como uma célula rítmica que marca o compasso em todo o primeiro curto capítulo, em que Paulinho franqueia o portão do quintal e tem um encontro com a falecida tia Luísa. Se não tivesse lido este texto, já teria tido coragem de insistir com a Guarda Nacional Republicana para me deixarem entrar na casa em ruínas dos meus avós. Tenho medo que apareça por lá a tia Luísa. Não uma tia minha, nem os avós, nem o cão, nem sequer o porco que vi ser morto ou I., que se suicidou, mas a tia Luísa do Paulinho de Vergílio Ferreira.