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Eremita
Hoje apareceu-me um rato em casa. Devia ter menos de 3 semanas, seria talvez a sua primeira aventura longe da ninhada e da mãe. Encurralei-o a um canto - oiço de novo: "are you trying to corner me?" - e dei-lhe uns tabefes para o atordoar. Talvez não saibam, mas é relativamente fácil apanhar com a mão um rato pequeno. Soltei-o depois no parapeito da janela. Se pareceu estranhar toda aquela luminosidade nos primeiros instantes, logo correu sobre as telhas. Agustina Bessa Luís escreveu um conto humorístico péssimo sobre um homem e um rato. Haverá quem defenda que o conto não é péssimo porque não é de humor. Eu diria que tal pessoa só pode estar a brincar comigo. Mas não me canso de recomendar o conto. É mesmo o conto que mais vezes citei até hoje, muito mais do que os do Branquinho da Fonseca, autor de quem nem O Barão conheço.
Nota: pedir ao meu irmão para me comprar o Barão, porque a revista Ficções tem contos online de imensa gente e não tem nada do Branquinho da Fonseca [aqui quase usei um ponto de exclamação]. Espero que seja uma questão de direitos de autor, embora das pessoas já não espere nada.