I love my job
Eremita
O Google regurgita 56 milhões de entradas para "I love my job". É um número impressionante, tendo em conta que "what the fuck" devolve menos de 17 milhões, mas tenho dúvidas. As pessoas mentem. Ontem recebi três textos para corrigir sobre temas muito distintos: a fauna da Tanzânia, o conceito de livre arbítrio em Schopenhauer e os hábitos de consumo de whisky dos cidadãos do Reino Unido. O impulso para ligar estes três assuntos numa narrativa surgiu com a mesma naturalidade com que uma criança responde ao desafio de ligar com um risco os algarismos que definirão uma silhueta, mas tal como um adulto percebe as silhuetas dessas actividades de crianças antes que os números estejam unidos pelo traço, também um cansaço parece preceder o exercício supostamente original de relacionar temas díspares. Do I love my job? Não sei. Mas agora posso dizer "I love my job" e dar o exemplo destes textos recebidos no mesmo dia sobre a Tanzânia, Schopenhauer e o consumo de whisky.