Dizer mal, dizer bem
Eremita
Prosa lusitana, de hoje a Fernão Lopes
[em actualização permamente]
Leio o Capitão Paddock e o alf, o 30 e picos 40 e tal e o Last Tapes. Não sigo nenhum cronista luso com devoção. Ricardo Araújo Pereira em papel aborrece-me tanto como o Ricardo Araújo Pereira da Meo, embora goste dele na rádio e no Governo Sombra. Quintela enchia chouriços, nas duas ou três vezes que o li no Público. Ferreira Fernandes é bom, embora eu não perceba o culto que existe em torno dele. João Pereira Coutinho anda nisto há 15 anos e ainda pensa que é um conservador capaz de chocar, mas é dos poucos ainda capazes de uma ocasional passagem de génio. Quem mais, quem mais? Nunca terminei uma crónica de Inês Pedrosa. Dizem-me para ler alguns cronistas desportivos, mas só vale a pena acompanhar o comentário desportivo quando há o risco agressão física, o que só acontece nos directos, pois por escrito o combate é excessivamente ritualizado. Lomba. Sempre gostei de ler o Pedro Lomba, sobretudo desde que abandonou a patetice da frase curta; é um cronista viril e já havia tão poucos. Não tenho Facebook, mas o rapaz do cineclube deixou-me espreitar e percebi ao fim de 3 horas que a única pessoa que leva aquilo minimamente a sério é António Pinho Vargas - diga-se que o gongorismo de José Avelino Maltez e mania da perseguição de Alfredo Barroso dão bons folhetins. Mas já tardava esta afirmação destacada a negrito: ninguém escreve na nossa imprensa com a elegância de António Guerreiro. Continuemos: o eclectismo de Pedro Mexia não é tão bom como o eclectismo de Pacheco Pereira, embora o segundo não seja um estilista.
Continua, vou dizer mal e bem de imensas pessoas