Infidelidade
Eremita
A ideia de escrever um manual de instruções para a infidelidade não é propriamente brilhante. O grande desafio seria conseguir surpreender o leitor, não com conclusões inesperadas ou afirmações disparatadas, mas pelo tom. Um tom absolutamente amoral e sem sair nunca daquela fronteira sinuosa entre o sério e o cómico.
Excluindo a resenha histórica, os considerandos da psicologia evolutiva e as comparações entre os sexos, que são os exercícios obrigatórios, o livro teria instruções para o infiel com problemas de consciência, o infiel com problemas de agenda, o infiel sem problemas e o infiel apenas em pensamento, entre outras situações, bem como para o fiel que foi enganado, o fiel que pensa que foi enganado e o fiel apenas em pensamento. Em suma, seria um livro para o casal, o que me parece um argumento de peso nestes tempos de austeridade.