09
Out08
A primeira vez
Eremita
Acabo de regressar do Pingo Doce (6 litros de Gaspacho). A Tatiana (a ucraniana que subiu comigo ao palco no espectáculo de Maik e Rosy) começou a sorrir para mim em meados de Setembro e desde então faço sempre fila na caixa dela. A fila de Tatiana tem o rácio de sexos invertido relativamente às outras. Dos poucos homens que entram no supermercado, quase todos escolhem a sua caixa. Não creio que tal se deva à sua simpatia, pois ela sorri pouco - e gostaria de acreditar que só sorriu ainda para mim. Hoje vestia uma farda um número abaixo do seu tamanho e só assim reparei no que devia ser já ser evidente para todos. Isto deixou-me um pouco desapontado, porque desejar uma mulher atraente não é necessariamente uma manifestação de alta sensualidade. Como se não bastasse, esta súbdita revelação tocou-me como a um adolescente. É que ela tem as mamas da Sophie Marceau, ao ponto do próprio discreto relevo dos mamilos sob a bata me ter lembrado uma cena da francesa em La Fidelité. Por sorte, o crachá com o seu nome está mesmo por cima do seu mamilo esquerdo e creio que ela pensou que eu fixara o olhar no seu nome. Só isso explica que me tivesse hoje falado pela primeira vez, assim: "eu sei que escreve-se com "i" mas prefere "y". Não mereço esta sorte.