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OURIQ

Um diário trasladado

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22
Jan11

Rodrigo vive!


Eremita

Divagações sobre o conceito de ressuscitamento psicológico.

 

Notas (actualizadas)

 

Tomar por idiossincrática uma característica universal é um erro demasiado frequente para que ainda cause embaraço, mas não o seu contrário. É por isso com algum receio que afirmo ser muito frequente estarmos convencidos da morte de uma pessoa que, afinal, continua viva. Comigo isso sucedeu com três pessoas. A primeira experiência envolveu Holly Johnson, nome a que retrospectivamente reconheço alguma presciência. Trata-se, como é do conhecimento geral, do vocalista da antiga banda pop britânica Frankie Goes to Hollywood. Dos finais de oitenta ao princípio do século, julguei-o morto, até que ele ressuscitou na minha cabeça, mais velho, não excessivamente mais gordo e como se pegasse num verso interrompido há quase  duas décadas de The Power of Love. Um outro ressuscitamento psicológico aconteceu com o fadista Rodrigo, que julgava morto em parte por ele ser tão popular na RTP Memória, mas alguns anos depois vi-o anunciado como figura de cartaz de um espectáculo que não me pareceu ser de espiritismo.  Por fim, tinha dado Eduardo Cintra Torres por morto há uns meses, não encontrando qualquer explicação para este disparate, mas acabo de ler uma crónica em que o crítico dá algumas indicações de ainda estar vivo.

 

Escrevo este texto, essencialmente, por gostar muito do seu título. Rodrigo Vive! tem uma sonoridade especial, que Holly, shit! (uma conseguida tradução para a versão em inglês deste trabalho) não reproduz. Não há aqui engraçadismo, pois as nossas motivações podem ser mesmo muito prosaicas. Por exemplo, certo dia - true story - uma mosca pairava sobre a cabeça de um amigo meu, durante uma aula, e ele começou a mexer o braço para a afugentar, chamando a atenção da professora, que julgou estar perante um aluno com uma dúvida; o meu amigo, depois de um breve instante em que terá medido eventuais esforços e consequências, achou que seria mais simples improvisar uma pergunta do que explicar a realidade. E se assim se prova que a curiosidade académica nem sempre é o que parece, quem poderá negar o capricho de escrever um texto só para justificar um título? Enfim, o motivo adicional é tentar perceber a razão destas falhas a partir das características que unem Hollly Johnson, Rodrigo e Eduardo Cintra Torres. Pensei até em usar o subtítulo "uma anatomia do ressuscitamento psicológico", até desistir de ser mais um a contribuir para a perversão de "anatomia".

 

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