Quo Vadis?
Eremita
O Ouriquense tem sido alvo de ataques. Recebemos comentários insultuosos e tresloucados de uma pessoa que lida com "14 milhões de euros" - espero que não seja dinheiro dos contribuintes. Tomámos já as devidas providências e para alguém de leis esta informação deve bastar. A ideia de que o anonimato e uma qualquer frustração tudo autorizam deve ser combatida. Mas repito: é preciso voltar às raízes; voltar ao rasto de sangue que nos levará ao cadáver de Igor, voltar a Tatiana e romper a barreira psicológica que me impede de escrever sobre o seu filho, voltar a Mike Magic e Rosy, a Ricardo Chibanga, à máquina de movimento perpétuo, ao inventor, ao cineclube, ao último surfista vivo de Ourique, ao Honório, ao Mira, a Torpes e à minha querida Emília; prosseguir o megalómano BW e não perder o gozo do Livrinho de Todos os Desportos, sem esquecer o revoltante Tributo a John Coplans e tudo o que fica a meio, como as geodésicas, os misticismos e os cadernos de viagens que me fazem ter um pé em Cusco e outro no Gana.
Devo acreditar que se encontrou finalmente um sistema, com a certeza de alguém que grita "eureka!" depois de rabiscar umas equações na sala de um casino. Aqui, só isso conta, nada mais.
Nuno Salvação Barreto, peço-te que me ajudes a manter o rumo virtuoso que tracei para o Ouriquense, um rumo a salvo das tentações mundanas, da embriaguez da actualidade e, sobretudo agora, livre do impulso primário de alinhar em jogos de acusações veladas, que são um mal desnecessário que fazemos aos outros e a nós próprios. Conto contigo, Nuno, porque sou fraco e não tenho qualificação para apelar aos santos.
"...Porque no se cumplió el sueño pero se encontró un camino.
El de respetar la historia (...), de volver a las raíces, de jugar por abajo".