Acautelando uma amizade
Eremita
A minha amizade com Chibanga está bem protegida. Não só ambos gostamos de touradas, como o meu Chibanga é um fantasma. Os fantasmas, apesar do que se vê nos filmes, são entidades tranquilas, porque deixaram de correr contra o tempo. É muito fácil conviver com um fantasma e este nem sequer diz "buu".
Conviver com o judeu é muito mais complicado. Não me refiro a pequenos atritos, como quando andei com o carro dele mais de três semanas por Espanha, no rasto de Igor (ver Quem Matou Igor? - um relato ainda em construção). O judeu é uma pessoa complicada, como todos aqueles judeus com excesso de história. Ele por vezes trata-me como se eu estivesse na linhagem de descendentes de D. Manuel I, quando o mais provável é o partilhar um antepassado comum com esse rei que terá vivido antes do guerrilheiro Viriato. Prefiro sempre evitar o confronto e - justiça lhe seja feita - o judeu por vezes até se reconcliia de imediato comigo e diz "mazel tov".
Em todo o caso, a conselho de António Figueira, acabo de encomendar isto...
... e o melhor é consumir o livro às escondidas. Não sei ao certo se o judeu é um sionista, mas tem todos os tiques.