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OURIQ

Um diário trasladado

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Um diário trasladado

09
Out20

Recuperar o Ouriquense


Eremita

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Vou voltar a usar o blog para devaneios literários. Não tenho tempo para alimentar discussões aqui. Deixará de haver comentários e recuperarei as séries e as personagens de Ourique. Quem quiser continuar a açoitar o Vasco M. Barreto com os números da Suécia e coisas afins poderá fazê-lo no Twitter. Acaba a tourada e volta o toureiro (Ricardo Chibanga). 

 

 

 

02
Out20

Paulo Pedroso e André Ventura


Vasco M. Barreto

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A entrevista de Paulo Pedroso ao Observador, além de explicar algumas nuances fundamentais aos nossos histéricos do Estado de Direito viciados em amálgamas absurdas, coloca um desafio curioso ao leitor. Nós sabemos que a sua reputação e carreira política foram destruídas pelo processo Casa Pia e que a justiça, primeiro precipitada e depois morosa, falhou. Mas este nosso conformismo é desolador. Porque não basta dizer que a Justiça falhou; precisamos  ainda de concluir que o povo não presta. 

Ao lançar um cartaz em que acusa Paulo Pedroso de pedofilia, o Chega de Ventura expôs o que vai na cabeça desse povo. Porém, criou também uma oportunidade provavelmente irrepetível. Não sou jurista, mas se aquele cartaz não é um caso de calúnia, difamação e injúria, o que é uma calúnia? A associação da pedofilia a Paulo Pedroso que surge na imagem só será apenas subliminar, vaga e inatacável segundo uma leitura hiper-formalista e alucinada que fizesse equivaler a vitória de Pedroso no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) contra o Estado a um reescrever do passado, como se aquela indemnização ridícula de sessenta e tal mil euros tivesse não apenas restaurado a imagem do ex-ministro mas apagado a sua associação ao caso Casa Pia e a ninguém fosse dado o direito de se lembrar do necessário para estabelecer a relação inequivoca e terrível que não aparece no cartaz, pois Pedroso surge junto de outros políticos. Em Portugal, a acusação a anteriori, fruto das fugas ao segredo de justiça, já era costumeira; o cartaz do Chega inaugura a acusação a posteriori, infinitamente mais grave e inaceitável. 

Pedroso já disse que não vai dar troco a Ventura durante a campanha, mas o povo tem aqui uma segunda oportunidade, se Pedroso permitir: participar numa campanha de crowdfunding para processar o Chega e pedir uma indemnização milionária que deixasse Ventura sem um tostão. Se nada for feito, a Justiça em Portugal passará oficialmente a ser uma piada e fica demonstrado que o povo realmente não presta. 

Para mim há uma linha de fronteira muito clara entre Ana Gomes e outras pessoas que falam de certos problemas. Os populistas tendem a ver-se a si próprios como salvadores de um regime. Como quem quer mudar de regime e, para isso, coloca-se de fora. Ana Gomes não tem nenhuma destas características. O que ela diz é que há um conjunto de problemas sérios que não podem ser ignorados e é necessário melhorar o sistema para que eles sejam eliminados. E, portanto, se vamos falar de corrupção, sim, há corrupção e devemos trabalhar dentro do Estado de direito para a eliminar. Não é a mesma coisa que fazem aqueles que dizem que há corrupção e vamos tentar destruir o Estado de direito para chegar ao poder através desse mecanismo. Este é um oceano de diferença. Há desfuncionamentos? Há. Há falta de transparência do Estado? Há. Agora o que há a fazer é aperfeiçoar a democracia para responder melhor a estes problemas. Não pegar nestes problemas para tentar destruir a democracia. E essa é para mim a linha de separação das águas e acho que, usando a sua expressão, os eleitorados não se tocam. (...)

Não. E eu não aceito essa ideia de que Ana Gomes faz julgamentos na praça pública. Não é isso que nós vemos. Aliás, se reparar, em quase todos os casos em que Ana Gomes apareceu do lado da denúncia, há um momento em que ela aparece a levar as provas ao Ministério Público e a fazer queixa ao Ministério Público. Portanto, não podemos comparar isso com julgamentos na praça pública. (...)

Há uma linha de fronteira ténue que todos nós temos de definir pelos nossos critérios. Vocês sendo jornalistas de certeza que já sentiram esse problema. Há uma questão que é participar num processo usando uma lógica acusatória ou defensiva no momento em que o processo está em investigação, e outra coisa que é haver elementos que estão em discussão e que têm interesse público e que devem ser discutidos. E que, se não forem discutidos, não facilita que a justiça se exerça. Em Portugal, este problema é agravado por um aspeto que, de algum modo, agrava tudo isto, que é a morosidade da justiça. Porque, se a justiça fosse mais rápida, estes processos não se alongavam. E há outro aspeto que me parece extremamente preocupante que é o uso das partes processuais pela comunicação social para procurarem ter vantagens processuais e isso é que é, do meu ponto de vista, absolutamente condenável. Aquilo que nós assistimos, e que é verdadeiramente condenável, é as partes processuais terem verdadeiras alianças com órgãos de comunicação social para difundirem as suas teses. O que está errado não é discutir os problemas, é criar uma narrativa que visa, na minha opinião, uma das posições em presença. Dito isto, é claro que Ana Gomes é muito vocal e tem sido muito firme na denúncia de certo tipo de criminalidade e promiscuidades que, se não fossem denunciadas, podiam de alguma forma ser banalizadas, ser consideradas normais.(...)

Paulo Pedroso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

01
Out20

Will Self


Vasco M. Barreto

Não terei sido o  primeiro a reparar que o nome "Will Self", do escritor e personalidade mediática, é o equivalente intelectual dos nomes descritivos dos índios norte-americanos na tradução inglesa, como Crazy Horse, Touch the Clouds e Sitting Bull

The family is surrounded by Jews—but they are “colourless English Jews” like the Smith-Simonses “two doors down, with their absurd and recently acquired hyphen—imagining they can somehow pole-vault their way into the upper-middle classes with this little typographic stick.” Mardean Isaac citando Will Self

 

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