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Um diário trasladado

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08
Jun20

Como pensa um negacionista?


Eremita

Um novo estudo dos manipuladores irresponsáveis sedentos de poder que são os epidemiologistas, esses virtuosos do raciocínio circular que já não escondem um evidente conflito de interesses, sugere que as medidas de contenção da pandemia de COVID-19 terão poupado mais de 3 milhões de vidas na Europa. O candidato André Dias já apronta uma conferência de imprensa para denunciar esta fraude de revisionistas liberticidas e é possível que apareça acompanhado por Henrique Pereira Santos, o homem que defende que as medidas de confinamento foram irrelevantes para o desaparecimento de um vírus que não chegou a infectar 4% dos cidadãos de Wuhan, na China. Enfim, os negacionistas já devem estar a escrever que é tão suspeita a previsão de uma morte se não se fizer algo como a conclusão de que se salvou essa vida por se ter feito o sugerido; a conclusão é apenas menos modesta do que a previsão, certo? Dá-lhes, André!

 

 

 

 

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06
Jun20

Da embriaguez e ressaca de protagonismo


Eremita

Com a desaceleração da pandemia na Europa, o cansaço que o tema dá e a nova agenda mediática, não me custa imaginar o André Dias a ressacar por já não ter sobre ele tantos holofotes. Afinal, todos sabemos que a perda súbita de importância real ou ilusória é um grande desafio para o ego. Mas confesso que não esperava por isto:

Screenshot 2020-06-06 at 17.01.58.png

 

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06
Jun20

Sobre o racismo da polícia norte-americana


Eremita

João Júio Cerqueira (JJC) tem o hábito de escrever textos baseados em dados. Não contesto as estatísticas que ele apresenta para provar que não há racismo nos comportamentos violentos da polícia norte-americana e admiro os textos de Coleman Hughes, que ele cita no fim do artigo. Hughes é um jovem intelectual negro que criou um nicho pela forma competente como desmonta alguns mitos sobre o racismo recorrendo à evidência estatística (um pouco como o economista Thomas Sowell fez durante décadas), sendo considerado por activistas negros na linha de Mamadou Ba como um uncle Tom (um traidor). Conheço os números que JJC apresenta. Os dados sugerem que a desproporção de negros nas prisões e vítimas mortais de polícias relativamente à percentagem de negros na população desaparece quando levamos em consideração a proporção de negros que comete crimes e esta maior tendência para o crime explica-se pela pobreza. Há algumas estatísticas que perturbam a leitura de JCC, como a alta percentagem de jovens negros cujos carros são inspeccionados nas inspecções stop, que sugere a existência de racial profiling, mas não vou entrar na guerra das estatísticas. O problema do texto, além da oposição e hierarquia absurdas que nos são apresentadas logo no título, é precisamente a cegueira estatística e a sede da polémica, que impede JJC de integrar a força do vídeo da demorada agonia de George Floyd subjugado pelo joelho de um polícia branco. Perante imagens com um simbolismo macabro transbordante, que remete para tantos episódios passados de racismo, só mesmo alguém afligido de hiper-racionalidade poderia colocar o braço amigavelmente sobre o ombro de um negro que acaba de ver como Floyd morreu e dizer-lhe: "não te preocupes, pois se controlarmos os dados para a disparidade socioeconómica não podemos rejeitar a hipótese nula de que não há racismo nas forças policiais".

 

 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

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05
Jun20

Da relativização do número absoluto de mortes


Eremita

Tenho apanhado alguns comentários curiosos sobre os números de mortes no Brasil atribuídas à COVID-19. A 1 de Junho, li no incontornável Corta-fitas que "o número de mortos por milhão no Brasil é inferior ao português". A 5 de Junho, à notícia de que o número de mortos no Brasil tinha ultrapassado o número de mortos na Itália, a inevitável Helena Matos ascrescentou que  "a Itália tem 61 milhões de habitantes e o Brasil 209 milhões". Este tipo de raciocínio só pode vir de quem congrega uma gritante iliteracia matemática com uma alma de burocrata apático. 

Se o número de mortes no Brasil já nos assusta há várias semanas, é sobretudo devido à forma da curva. Por isso, só pode estabelecer uma comparação pontual com Portugal, que obviamente teria apenas uns dias de validade (o Brasil já nos ultrapassou no número relativo de mortes por COVID-19), quem trata o leitor por idiota. Do mesmo modo, o reparo à comparação com a Itália foi precipitado, pois as projecções apontam para que na segunda semana de Julho o Brasil ultrapasse a Itália no número relativo de mortos. Sabemos que a epidemia acalmou na Europa. Será por eurocentrismo que andam a tratar a epidemia no Brasil como um evento passado, quando ainda não deve ter cumprido a primeira metade? Ou será por viés ideológico?

Estes e muitos mais exercícios de relativização recorrendo a números relativos revelam  uma outra atitude curiosa mas mais difícil de apreender. Suponhamos que uma carrinha de transporte escolar se despita violentamente e morrem 100 crianças. 

Continua (afazeres)...

 

 

 

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02
Jun20

António Costa Silva


Eremita

2002-Pintura-alemana-tras-la-segunda-GM-Richter-10

Seascape (Seestück), Gerhard Richter

Provavelmente a entrevista mais importante dos últimos tempos, ao homem que vai desenhar o plano de recuperação da economia portuguesa. António Costa Silva tem o mérito de falar sobre o mar com algum conhecimento e sem os chavões do costume. Reparei ainda na centralidade de Sines. Como sabem, somos lobistas da ideia esquecida de Hernâni Lopes, a que ele se referia como A Grande Ogiva do Sul. Vejo alguma continuidade no pensamento de Hêrnani Lopes e Costa Silva. Esperemos que não seja a continuidade do marasmo.

 

 

 

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01
Jun20

Crónica pedida


Eremita

 

nelson-rodrigues2.jpg

fonte

Caríssimos,

Preciso urgentemente da crónica de Nelson Rodrigues intitulada Elogio da burrice. Foi publicada no Globo a 2 de Junho de 1965 e espero que tenha sobrevivido em alguma colectânea.

Obrigado, 

 

 

 

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