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OURIQ

Um diário trasladado

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22
Mar20

COVID-19: o número que falta


Eremita

Sabemos quantos infectados foram detectados, a percentagem de mortes entre os infectados e o número de casos de recuperação, mas não encontro uma frequência essencial: quantas pessoas foram testadas até agora e como evolui ao longo do tempo a percentagem de testes positivos?

18
Mar20

Um apontamento dedicado ao Nuno Pacheco


Eremita

Nunca escrevi com tantos erros ortográficos e outros como desde quinta-feira, quando comecei uma frenética troca de mensagens com alguns dos meus antigos colegas de profissão. Por agora soa a terapia ocupacional e de grupo, mas talvez se concretize numa contribuição modesta de alguns cientistas para achatar a curva. 

18
Mar20

Os filhos da puta


Eremita

A medical device manufacturer has threatened to sue a group of volunteers in Italy that 3D printed a valve used for life-saving coronavirus treatments. The valve typically costs about $11,000 from the medical device manufacturer, but the volunteers were able to print replicas for about $1. Fonte

 

15
Mar20

O slogan e a circunstância


Eremita

De cada um de acordo com suas possibilidades, a cada um de acordo com suas necessidades. Karl Marx

Não tenho a menor dúvida de que será o capitalismo (aquele à moda da China e o outro) a dar a solução para vencer esta crise, mas não há nada como uma pandemia para reabilitar este famoso slogan.

15
Mar20

O novo coronavírus, Agaben e os "colapsólogos"


Eremita

Alguém um dia fará a etimologia e distinção fina das seguintes expressões: catastrofista, ave agoirenta, cavaleiro do apocalipse, profeta da desgraça, Cassandras e colapsólogo, entre algumas outras que agora não me ocorrem. Entretanto, leiam o Guerreiro, que nos dá algum cosmopolitismo. 

 

Esta tese do estado de excepção que estaria a ser aplicado em Itália sem outro motivo que não seja a regra a que se conformou o modo de gestão política e governação das democracias liberais gerou uma onda de críticas e contestações. Houve mesmo quem tivesse iniciado um artigo sobre o assunto com esta frase jocosa: “Não se percebe se a chegada do coronavírus a Itália anuncia o fim da liberdade, o fim da economia ou o fim de Agamben”. Mas a contestação mais pesada veio de França, de um filósofo que em tempos podia ser incluído na mesma “constelação” filosófica de Agamben, Jean-Luc Nancy, que escreveu para uma revista online italiana chamada Antinomie um pequeno artigo dirigido ao “velho amigo” Agamben (alguma inimizade filosófica adveio entretanto, tendo como motivo a questão biopolítica, que sempre provocou grandes resistências em Nancy), onde podemos ler esta afirmação: “É preciso não errar o alvo: uma civilização inteira é posta em questão, sobre isto não há dúvidas. Existe uma espécie de excepção viral — biológica, informática, cultural — que nos pandemiza. Os governos são apenas os tristes executores dela”.

Ao falar dos perigos que ameaçam uma “civilização inteira” (perigos que vêm de uma “excepção viral” mais vasta do que aquela criada por este novo vírus), Nancy aproxima-se daquilo a que os colapsólogos franceses chamam l’effondrement, o colapso. E a pergunta que esta colapsologia de largo espectro suscita é esta: o que é hoje o apocalipse, para nós? Até há poucas semanas, ele era, sobretudo, o desastre ecológico, a perspectiva de um mundo sem nós. Quanto a apocalipses económicos, uma longa história já nos habituou às crises cíclicas, a convicção generalizada é aquela que foi formulada desta maneira: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo. Mas eis que, de repente, se apresenta uma emergência epidémica, um vírus que viaja nos mesmos circuitos globalizados da economia. E acontece algo completamente inesperado: o mundo seguia o seu curso a alta velocidade, conforme à lei instituída desde os primeiros tempos da modernidade, era impensável que algo viesse interromper o seu curso, e de repente dá-se uma interrupção. O apocalipse, começamos a perceber, dá-se sob a forma da interrupção: interrupção, por exemplo, do fluxo turístico em Veneza, que antes colapsava sob o peso do turismo e hoje colapsa sob a forma de uma cidade-fantasma. António Guerreiro, Público

15
Mar20

Um instante cinéfilo


Eremita

Só uma pandemia foi capaz de trazer às nossas vilas e cidades o silêncio que os povos do norte conhecem por causa dos grandes nevões. Melhor que o silêncio só João (Gilberto), canta Caetano, mas melhor do que João só mesmo um velhote a caminhar com auxílio de uma bengala no meio da estrada de uma rua deserta enquanto discute ao telefone, naquele registo cúmplice e animado das amizades de longa data, interpretações de sonatas de Bethoven dos anos 30. A cacofonia habitual jamais me teria permitido gozar este instante. 

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