Vergílio Ferreira #1
Eremita
Muitos anos depois, voltei a pegar no volume Escrever, de Vergílio Ferreira, que reúne mais de trezentas pequenas reflexões provavelmente escritas pelo autor poucos anos antes de morrer. Até agora, registo duas impressões. A primeira: a prosa é pouco cuidada, com pontuação deficiente e um abuso da conjunção "mas" que fere o leitor e faz de certas passagens uma amálgama de adversativas; convém lembrar que a publicação é póstuma e, apesar do esmero do editor Helder Godinho, nunca saberemos se seria aprovada pelo escritor. A segunda: Schopenhauer só permanece como o exemplo máximo do escritor pessimista porque a obra de Vergílio Ferreira não se internacionalizou.
Nota: o nome desta série com curtas impressões de leitura é roubado da série de diários de Vergílio Ferreira, um escritor muito lido pelo meu pai.
