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Eremita
Tema
O Vaticano está para o cristianismo como a URSS para o comunismo.
variação #1
O comunismo não sobreviveu à URSS, mas
o cristianismo existe apesar do Vaticano - eis o mistério da fé.
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Eremita
Tema
O Vaticano está para o cristianismo como a URSS para o comunismo.
variação #1
O comunismo não sobreviveu à URSS, mas
o cristianismo existe apesar do Vaticano - eis o mistério da fé.
Eremita

(pub) A brief history of romance comics
- Percebe-se o carácter de uma mulher pela forma como nos revela as suas mamas.
- Que coisa tão misógina e atrevida.
- Não. É apenas uma afirmação pré-sintética.
- Não estou a perceber.
- Justamente. Isto foi a síntese. Já lhe explico o resto.
Eremita
série curta-metragem*
Moço de Recados [5.5.10]
Ricardo Chibanga
Tatiana
Igor
Jaime
Honório
Emília
Judeu
Libertinas de Lisboa
* Guiões para curtas-metragens de elevado orçamento (geralmente pedem gruas, centenas de figurantes, duplos ou actrizes estrangeiras).
Eremita
série curta-metragem
A câmara filma o moço de recados a acordar. Percebe-se que é de madrugada pela qualidade da luz e as sombras alongadas, e que é Verão porque o moço dorme de tronco nu e apenas se cobre com um lençol. O lençol é branco, a parede branca, as portadas brancas. O rapaz dá voltas na cama, mudando de posição várias vezes [montar imagens do seu corpo em diferentes posições numa sequência rápida, para passar a impressão de que muito tempo passou]. Já na cozinha de azulejos brancos, diante do frigorífico branco que acaba de abrir, e ainda em tronco nu, o rapaz bebe leite meio-gordo pelo pacote [esconder a marca] e um fio de leite começa a escorrer-lhe pelo pescoço e pelo tronco, ficando uma gotículas aprisionadas nos pêlos do peito [não insistir demasiado na carga erótica]. O moço veste depois uns calções de banho [filmá-lo da cintura para cima; evitar as nádegas], pega na prancha de surf que estava encostada a uma parede caiada de branco e sai para a rua [saturar a película de luz, encandear o espectador]. O moço monta-se na casal 50 que ficou na família e dirige-se para fora da vila; leva a prancha às costas, como se irrompesse de uma mochila como um tubarão [ponderar se a falta de aerodinamismo transmite uma sensação de imbecilidade]. Sem nunca perder o moço de vista, a câmara mostra imagens da planície de montado durante algum tempo e filma uma placa que indica a distância para uma vila costeira ou perto da costa [Vila Nova de Mil Fontes? Aljezur? Zambujeira do Mar? Talvez esta]. A câmara continua a filmar o rapaz [nova sequência para dar a ilusão de que uma grande distância foi percorrida] e depois foca-o na cara [o cabelo - de surfista dos anos oitenta - acusa o movimento]. Quando o moço se imobiliza [captar bem a transição do barulho da motorizada para a calmaria de um discreto vaivém da água sobre a margem], a câmara afasta-se um pouco e vê-se o rapaz de frente, do peito para cima, com o céu azul ao fundo e nenhum ponto de referência. Vê-se o rapaz avançar [resoluto] com uma expressão ambígua no rosto, mas fixando o olhar para lá da câmara. Ouve-se o barulho dos seus pés a caminhar e, de repente, a chapinhar. Percebe-se depois pelo movimento do corpo que pousa ele pousa a prancha na água [captar todos estes sons e exagerá-los]. A seguir a câmara faz um movimento de contorcionista, para começar a filmar o rapaz de topo e já o podemos ver deitado sobre a prancha, remando com os braços [o plano de água enche por completo a imagem, não se vendo o céu, nem as margens]. Após algumas braçadas, o rapaz imobiliza-se [fazer com que aproveite toda a inércia até parar] e senta-se sobre a prancha. Continuamos a vê-lo de topo [escolher um actor sem careca no cocuruto] e a câmara começa a subir e a abrir o ângulo. O ângulo abre, abre, vemos a primeira margem a entrar pelo rodapé, mais margem a entrar pelo lado esquerdo [ou o direito, é indiferente], depois pelo outro lado e finalmente por cima. Percebe-se então que o moço de recados não está no mar, mas na barragem do Monte da Rocha.
Eremita
Chronobiol. 2008 Nov;25(6):971-86.
O efeito Mozart é um fenómeno de contornos ainda obscuros, que se traduz por uma melhoria no desempenho quando se ouve música (na versão ortodoxa: a música de Mozart). Se não for capaz de escrever um conto a partir daqui até Agosto, regresso a Lisboa em Setembro.
Eremita
[por ordem decrescente]
Traficante de mulheres
Traficante de drogas duras
Proxeneta
DJ
Crítico de música pop
Eremita
Eremita
Estamos em pleno processo de leitura de A mecânica da Ficção, a tradução portuguesa de How Fiction Works, do crítico James Wood. A razão para ler o livro em português deve-se ao tradutor, que é Rogério Casanova, o nosso sensei. Aliás, segundo a escala Vasco Graça Moura, um parâmetro que mede a importância do tradutor segundo uma fórmula complexa que quantifica o rácio do tamanho de letra dos nomes de autor e tradutor, bem como a posição relativa de ambos na capa, Casanova estreia-se com um auspicioso 0.25 (o máximo matemático é 1, embora haja relatos apócrifos de que Vasco Graça Moura tem uma edição com um score de 1.3). Isto só pode significar que Casanova começa a ser o sensei de muita gente, o que é positivo.
Até ao momento (página 25), retiro duas conclusões. A primeira: em português consigo velocidades de leitura estonteantes; só agora me dou conta de que a decisão de ler no original toda a ficção publicada originalmente em inglês, francês e castelhano terá um impacto negativo no número de obras que terei tempo de terminar em vida. A segunda: James Wood faz aquele truque fácil de caricaturar os tiques dos académicos para ganhar a simpatia dos leitores (isto a propósito das notas de rodapé). Infelizmente, Wood também parece querer evitar algo em que os académicos são particularmente cuidadosos: honrar os antecessores. A ideia que Wood quer passar - a de que há poucos livros como o que ele escreveu - é falsa. Para a defender, o autor refere-se apenas a Forster, Kundera, Shklovsky e Barthes, arrumando o primeiro com o comentário de que Aspects of the Novel está datado, o segundo por ser sobretudo um romancista e não um crítico e os dois últimos por não escreverem para o "grande público". Francamente, como diria Lebowski: "Yeah, well, you know, that's just, like, your opinion, man". Mais irritante ainda é reparar nos autores que ficam de fora. Até eu, que não domino esta literatura, me consigo lembrar logo de dois livros: On becoming a novelist, de John Gardner, e The Art of Fiction, de David Lodge. Outros haverá , entre o largo espectro que vai das recomendações de Stephen King sobre a mobília a ter na sala onde se escreve à mais críptica refutação do pós-estruturalismo pela defesa de que o autor, afinal, estava escondido na lombada e não chegou a morrer.
Eremita
Eremita
O projecto secreto do Ouriquense vai crescendo: temos cerca de 6 páginas, uma grande ideia e um primeiro capítulo completamente esboçado, com um arranque já expurgado de qualquer conclusão pré-sintética e um fim de capítulo simultaneamente surpreendente, terno e bizarro. Aliás, creio mesmo poder vir a arriscar um registo tributário de Comunidade, de Luiz Pacheco, para poder juntar desconforto à surpresa, ternura e bizarria. Como não tenho essa obra de Pacheco em Ourique, descobri uma verdadeira maravilha. Tentem não fazer dinheiro com isto.
Estendo o pé e toco com o calcanhar numa bochecha de carne macia e morna; viro-me para o lado esquerdo, de costas para a luz do candeeiro; e bafeja-me um hálito calmo e suave; faço um gesto ao acaso no escuro e a mão, involuntária tenaz de dedos, pulso, sangue latejante, descai-me sobre um seio morno nu ou numa cabecita de bebé, com um tufo de penugem preta no cocuruto da careca, a moleirinha latejante; respiramos na boca uns dos outros, trocamos pernas e braços, bafos suor unscom os outros, uns pelos outros, tão conchegados, tão embrulhados e enleados num mesmo calor como se as nossasveias e artérias transportassem o mesmo sangue girando, palpitassem compassadamente silenciosamente duma igual vivificante seiva. Luiz Pacheco
Envelhecer é uma merda! Estava com saudades tuas, ...
Saúdo vivamente o regresso dos textos de O Ourique...
Nem eu...
Ignoro com que sensação o Eremita publicou estas 1...
Significado de Imbecil ... adjetivo Desprovido de ...