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Eremita
Só a blogosfera me deixa conformado com o facto de Rogério Casanova não escrever no Diário do Alentejo. Será assim enquanto o Pastoral Portuguesa existir. O Casanova não é só o melhor a escrever sobre futebol. Casanova é uma espécie de Martin Amis lusitano, ele é o melhor a escrever sobre qualquer assunto. Topei logo no estilo do Casanova um total descomprometimento, mesmo quando acusa uma obsessão. Não se trata de cinismo, é inteligência pura, que nos deixa também a salvo das suas angústias. Torna-se assim praticamente impossível apanhar o Casanova em falso, mesmo quando ele escreve enormidades sobre música. Não o invejo, mas gostava que um filho meu fosse a pessoa que a sua escrita aparenta, pois estaria sempre a salvo de um desgosto de amor violento. Quanto ao Expresso, aqui em Ourique o homem da loja deixa-me ver se ele escreve antes de decidir se compro a edição e ainda me dá tempo para ler o Veríssimo - o génio do Casanova será dado oficial quando este semanário se vir obrigado a plastificar a edição. Nem quando vivia em Lisboa cheguei a conhecer o Casanova. Deve ser homem para quarenta e tal anos, gordo, de cabelo grisalho, com poucos amigos e ainda o mais-que-tudo de sua mãe.