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Eremita
Pensei nela ainda antes de me levantar. Julgava que aqui seria tomado pelas recordações dos natais, mas a sua imagem tomou conta de mim. Como estará? Quem cuidará dela agora? Não lhe chegarão os elementos? Tinha uma postura altiva, deixava-se colher sem se entregar, mas topava-se fragilidade nas extremidades daquele corpo. Preciso de a encontrar outra vez. A velha casa dos avós vê-se de soslaio da minha janela. Vai para ruína, é deixá-la ali mais uma geração, só que o portão ainda me parece intransponível. Talvez galgando o muro consiga entrar no quintal e rever a romãzeira.