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OURIQ

Um diário trasladado

OURIQ

Um diário trasladado

17
Jun23

O novo predestinado


Eremita

Captura de ecrã 2023-06-17 102641.jpg

 

Pedro Nuno Santos (PNS), que em menos de um ano foi abrigado a um pedido de desculpas público humilhante por se ter precipitado no anúncio da escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa e a demitir-se por causa da série de trapalhadas associadas à indemnização de Alexandra Reis, foi dado como oficialmente recuperado para a política portuguesa pelas qualidades políticas que demonstrou na CPI (na passada quinta-feira). 

Em algum momento, alguém decidiu que PNS é a única esperança da esquerda. Quando? Não se sabe bem, talvez em 2018, no congresso em que Costa, sentindo-se acossado, disse que ainda não tinha metido os papéis para a reforma. E quem decidiu? Foi o próprio PNS. Trata-se de um feito extraordinário, só ao alcance das pessoas carismáticas. Afinal, o carisma é a capacidade que alguém tem de instrumentalizar os outros em benefício próprio, incutindo-lhes as suas próprias convicções. Só esta hipnose colectiva explica a prosa hagiográfica da jornalista São José Almeida. Reparemos:

Há verdades que são mais inverosímeis do que a mentira, mas não vou passar a mentir só porque ela parece mais credível do que a verdade.” Esta declaração feita por Pedro Nuno Santos, na quinta-feira, na comissão parlamentar de inquérito à gestão pública da TAP, é a mais importante declaração política do ex-ministro das Infra-Estruturas e da Habitação, no que se refere à sua credibilização política e ao seu futuro político no país e no PS.


Por mais absurdo que possa parecer o seu esquecimento de que autorizara o pagamento de meio milhão de euros à ex-administradora da TAP Alexandra Reis – “Não tinha memória, no final de um ano, daquela mensagem e da minha participação sobre o montante e a autorização” –, por muito que haja quem nunca vá acreditar que isto aconteceu assim, o facto é que a forma como Pedro Nuno Santos assumiu o erro que cometeu e assumiu a razão por que se demitiu são actos de coragem e seriedade políticas, que mostram que tem o caminho aberto para recuperar o seu papel na política portuguesa. Público, 17 de Junho de 2023

Ao longo do artigo, a jornalista não descreve sequer a inverosimilhança, parecendo-lhe bastar o eco da frase de belo efeito de PNS. E PNS não assume erro nenhum, reconhece apenas um esquecimento em que é impossível acreditar, por se tratar de uma das mentiras mais  "ostensivas"  que ouvimos na política portuguesa. Mas sobre este homem inteligente, corajoso e que fica bem de barba não parece ser importante saber se é íntegro, controlado e honesto. Aqueles que já haviam interiorizado a convicção de PNS, entranharam agora a dúvida que PNS lhes transmitiu sobre se terá ou não mentido, como se o ónus da prova a que PNS se escapa pudesse ser substituído por um voto de confiança íntimo, dirigido à consciência de cada um. Para São José Almeida, esta escapatória indecente é um acto sério e de coragem. Enfim, só nos resta esperar que a ambição de PNS dê apenas cabo do PS e da credibilidade de alguns jornalistas. O país não aguentaria um novo menino de ouro. 

16
Out22

Feio, porco e mau


Eremita

feios 888.jpg

O Ouriquense esteve parado porque andei a fazer pela vida. Precisei de ganhar dinheiro para sustentar a família e estive dois anos a pensar em como pagar as dívidas que fui contraindo para salvar alguns projectos profissionais e reconstruir o monte. Confirmei neste período uma impressão que contraria o lugar-comum de que os pobres são mais íntegros e nobres do que os ricos. Admitamos, para não complicar, que não há diferenças de personalidade entre pobres e ricos. A diferença resultará exclusivamente da pressão que a falta de dinheiro exerce sobre os pobres. Levada ao extremo, essa pressão é redentora; nenhum pobre pode ser criticado por roubar para dar de comer aos filhos. Mas os extremos são raros, o que traz o fardo da decisão. Dei comigo a ponderar se me sentiria bem com uma pontual fuga aos impostos e fui assaltado por fantasias de mortes que me dariam uma herança. Estas fantasias trouxeram-me grande desconforto, desilusão, uma profunda tristeza, e a única forma de as tolerar foi condenar ao ostracismo a voz que as trouxe, como se fosse de um agente infiltrado que urgia expulsar. Mas terá sido também para fugir a este quadro mental de decadência moral que consegui reunir forças para me reerguer e multiplicar em actividades que, aos poucos, me estão a fazer sair do buraco. É o que desejo para as minhas filhas: que estejam sempre num lugar em que a maldade não se manifesta. Esta dura verdade não se aprende a ler o Crime e Castigo, por muitos que sejam os ensaios que depois façamos sobre Raskólnikov.

27
Set22

Envelhecer


Eremita

Embora as células, tecidos, órgãos e sistemas envelheçam de forma contínua, os indivíduos vão sentindo a sua velhice por epifanias (não sendo sequer uma ideia brilhante, creio que roubei a alguém). Porém, nos últimos dias tenho dado conta de um outro modo de envelhecer que, podendo parecer a média dos dois anteriores, tem uma qualidade distinta. A percepção do envelhecimento não veio de repente, como quando percebemos que estamos a ver mal ao perto, que o corpo demora a recuperar de um exercício físico ou que a libido da adolescência é já uma memória longínqua e irrepetível. Veio devagar, só que dura agora há muitos dias e vou sentido este período como uma aceleração brutal da velhice. Não há estoicismo para isto, só quero que acabe logo. Trocaria até os últimos sinais de juventude, os meus cabelos castanhos por uma calvície de têmporas brancas, se esse fosse o preço  a pagar para que o tempo voltasse a correr como antes.

09
Out20

Recuperar o Ouriquense


Eremita

ricardo-chibanga-xx1_433x433_acf_cropped.jpg

fonte

Vou voltar a usar o blog para devaneios literários. Não tenho tempo para alimentar discussões aqui. Deixará de haver comentários e recuperarei as séries e as personagens de Ourique. Quem quiser continuar a açoitar o Vasco M. Barreto com os números da Suécia e coisas afins poderá fazê-lo no Twitter. Acaba a tourada e volta o toureiro (Ricardo Chibanga). 

 

 

 

02
Out20

Paulo Pedroso e André Ventura


Vasco M. Barreto

20200929filipeamorim1954-scaled.jpgfonte

A entrevista de Paulo Pedroso ao Observador, além de explicar algumas nuances fundamentais aos nossos histéricos do Estado de Direito viciados em amálgamas absurdas, coloca um desafio curioso ao leitor. Nós sabemos que a sua reputação e carreira política foram destruídas pelo processo Casa Pia e que a justiça, primeiro precipitada e depois morosa, falhou. Mas este nosso conformismo é desolador. Porque não basta dizer que a Justiça falhou; precisamos  ainda de concluir que o povo não presta. 

Ao lançar um cartaz em que acusa Paulo Pedroso de pedofilia, o Chega de Ventura expôs o que vai na cabeça desse povo. Porém, criou também uma oportunidade provavelmente irrepetível. Não sou jurista, mas se aquele cartaz não é um caso de calúnia, difamação e injúria, o que é uma calúnia? A associação da pedofilia a Paulo Pedroso que surge na imagem só será apenas subliminar, vaga e inatacável segundo uma leitura hiper-formalista e alucinada que fizesse equivaler a vitória de Pedroso no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) contra o Estado a um reescrever do passado, como se aquela indemnização ridícula de sessenta e tal mil euros tivesse não apenas restaurado a imagem do ex-ministro mas apagado a sua associação ao caso Casa Pia e a ninguém fosse dado o direito de se lembrar do necessário para estabelecer a relação inequivoca e terrível que não aparece no cartaz, pois Pedroso surge junto de outros políticos. Em Portugal, a acusação a anteriori, fruto das fugas ao segredo de justiça, já era costumeira; o cartaz do Chega inaugura a acusação a posteriori, infinitamente mais grave e inaceitável. 

Pedroso já disse que não vai dar troco a Ventura durante a campanha, mas o povo tem aqui uma segunda oportunidade, se Pedroso permitir: participar numa campanha de crowdfunding para processar o Chega e pedir uma indemnização milionária que deixasse Ventura sem um tostão. Se nada for feito, a Justiça em Portugal passará oficialmente a ser uma piada e fica demonstrado que o povo realmente não presta. 

Para mim há uma linha de fronteira muito clara entre Ana Gomes e outras pessoas que falam de certos problemas. Os populistas tendem a ver-se a si próprios como salvadores de um regime. Como quem quer mudar de regime e, para isso, coloca-se de fora. Ana Gomes não tem nenhuma destas características. O que ela diz é que há um conjunto de problemas sérios que não podem ser ignorados e é necessário melhorar o sistema para que eles sejam eliminados. E, portanto, se vamos falar de corrupção, sim, há corrupção e devemos trabalhar dentro do Estado de direito para a eliminar. Não é a mesma coisa que fazem aqueles que dizem que há corrupção e vamos tentar destruir o Estado de direito para chegar ao poder através desse mecanismo. Este é um oceano de diferença. Há desfuncionamentos? Há. Há falta de transparência do Estado? Há. Agora o que há a fazer é aperfeiçoar a democracia para responder melhor a estes problemas. Não pegar nestes problemas para tentar destruir a democracia. E essa é para mim a linha de separação das águas e acho que, usando a sua expressão, os eleitorados não se tocam. (...)

Não. E eu não aceito essa ideia de que Ana Gomes faz julgamentos na praça pública. Não é isso que nós vemos. Aliás, se reparar, em quase todos os casos em que Ana Gomes apareceu do lado da denúncia, há um momento em que ela aparece a levar as provas ao Ministério Público e a fazer queixa ao Ministério Público. Portanto, não podemos comparar isso com julgamentos na praça pública. (...)

Há uma linha de fronteira ténue que todos nós temos de definir pelos nossos critérios. Vocês sendo jornalistas de certeza que já sentiram esse problema. Há uma questão que é participar num processo usando uma lógica acusatória ou defensiva no momento em que o processo está em investigação, e outra coisa que é haver elementos que estão em discussão e que têm interesse público e que devem ser discutidos. E que, se não forem discutidos, não facilita que a justiça se exerça. Em Portugal, este problema é agravado por um aspeto que, de algum modo, agrava tudo isto, que é a morosidade da justiça. Porque, se a justiça fosse mais rápida, estes processos não se alongavam. E há outro aspeto que me parece extremamente preocupante que é o uso das partes processuais pela comunicação social para procurarem ter vantagens processuais e isso é que é, do meu ponto de vista, absolutamente condenável. Aquilo que nós assistimos, e que é verdadeiramente condenável, é as partes processuais terem verdadeiras alianças com órgãos de comunicação social para difundirem as suas teses. O que está errado não é discutir os problemas, é criar uma narrativa que visa, na minha opinião, uma das posições em presença. Dito isto, é claro que Ana Gomes é muito vocal e tem sido muito firme na denúncia de certo tipo de criminalidade e promiscuidades que, se não fossem denunciadas, podiam de alguma forma ser banalizadas, ser consideradas normais.(...)

Paulo Pedroso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

01
Out20

Will Self


Vasco M. Barreto

Não terei sido o  primeiro a reparar que o nome "Will Self", do escritor e personalidade mediática, é o equivalente intelectual dos nomes descritivos dos índios norte-americanos na tradução inglesa, como Crazy Horse, Touch the Clouds e Sitting Bull

The family is surrounded by Jews—but they are “colourless English Jews” like the Smith-Simonses “two doors down, with their absurd and recently acquired hyphen—imagining they can somehow pole-vault their way into the upper-middle classes with this little typographic stick.” Mardean Isaac citando Will Self

 

28
Set20

Sobre a imunidade de grupo


Vasco M. Barreto

mw-1280.jpg

fonte

Anda por aí gente incapaz de fazer contas (mas citada nos jornais) e a delirar com modelos de imunidade de grupo que, tomando em conta a heterogeneidade da população, baixam a percentagem mínima de seroconvertidos necessária para acabar com a epidemia. Escrevem como se o custo em mortos para atingir essas percentagens (20%, 30%, 40% ou 50%? É à escolha) não fosse assustador e como se replicar Manaus à escala global fosse uma opção sensata. Seria bom que essas pessoas lessem as notícias e não apenas prosa libertária.

"Something that became evident in our study - and that is also being shown by other groups - is that antibodies against SARS-CoV-2 decay quickly, a few months after infection," one of its authors, Lewis Buss, said in a statement by the São Paulo research foundation FAPESP that accompanied the paper. Reuters

 

 

 

 

28
Set20

Juristas, magistrados, Miguel Sousa Tavares e o feminismo


Vasco M. Barreto

Às vezes Portugal parece um país decente, a anos-luz do que era há 50 anos. Mas a semana que passou foi particularmente notória em exemplares cavernícolas, como o do já conhecido professor de Direito que gritou, no seu julgamento por violência doméstica, “morte a todos os feminismos”.

É possível alguém dizer o que o professor Aguilar diz nos seus mestrados e continuar a dar aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa? Até hoje, sim. O homem compara o feminismo ao nazismo e diz que a violência doméstica é um atentado à família. E escreve no programa de Direito Processual Penal III: “Dizem os psis que as empresas devem contratar mais mulheres, designadamente para cargos dirigentes, porquanto as mulheres são, na linguagem pós-moderna, mais emocionalmente inteligentes do que os homens, a saber, são ‘pessoas emocionalmente muito inteligentes’, i.e., precisamente aquilo que na Antiguidade, na Idade Média e ainda no Antigo Regime mas já na Idade Moderna, se chamava a pessoas desonestas, de ‘espertas’, em suma, de ‘canalhas’.” 

O professor citado é um exemplar raro de machista histérico. Mas infelizmente Portugal ainda está cheio de machistas-não-tão-histéricos-assim, como o inevitável Sousa Tavares que, na crónica deste sábado do Expresso, se insurge contra a possibilidade de um imposto extraordinário, esperando que só tenha acolhimento “naquele clube de histérico-feministas-bloquistas da Universidade Nova”, universidade onde trabalha a nossa colunista Susana Peralta que respondeu à letra, nas redes sociais, ao machismo só-razoavelmente-histérico de Sousa Tavares. Por acaso, nesse dia, o caderno principal do Expresso, onde escreve o cronista, era dirigido pela feminista Leonor Beleza.

Esporadicamente pensamos que este mundo acabou. Pode passar-nos pela cabeça que as pessoas, nomeadamente as que escrevem para os jornais, dão aulas em faculdades e são juízes nos tribunais, sabem o significado da palavra “feminista”, um movimento que remonta ao princípio do século XX – e o século XXI já vai com 20 anos. Mas não. Na reserva protegida do machismo lusitano ainda não se conseguiu perceber o significado da palavra “feminista”. Um exemplo disso foi o julgamento do citado professor de Direito por violência doméstica. A juíza Joana Ferrer, depois do arguido várias vezes irromper contra o feminismo e as feministas, disse: “Excelentíssimo senhor professor doutor, o senhor insiste em chamar-me feminista, mas eu não sou.”

O machismo histérico tem uma vantagem – é possível agir em conformidade com a Constituição da República. Esperemos que a Faculdade de Direito o faça. Ana Sá Lopes

 

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