Eu quero que o "interesse geral" se foda (paráfrase)
Eremita
... o debate que urge fazer [sobre o nosso passado colonial] não é no plano académico ou histórico, mas sim no da opinião pública e da memória coletiva; não é no da discussão do passado, mas da nossa perceção dele, hoje; não envolve o esgrimir de argumentos entre historiadores — algo que já foi e continua a ser feito —, mas o despertar do interesse geral para o tema. Paulo Jorge de Sousa Pinto, Público
Gostei de ler o artigo de Paulo Jorge de Sousa Pinto, mas tenho alguma dificuldade em imaginar uma discussão pública útil sobre o nosso passado recente que não envolva troca de argumentos entre historiadores. Quem discute, então? A malta das redes sociais e dos blogs? E vão discutir o quê? O nosso passado ou, para se alargar a discussão a todos os ignorantes, a imagem que temos do nosso passado, a imagem da imagem que temos do nosso passado e por aí fora, a tender assimptoticamente para o puro achismo? Por Mnemosine e pela minha saúde, que os historiadores continuem a discutir o assunto no jornais e que não se volte aos concursos sobre figuras históricas e outras estratégias imbecilizantes em nome "do interesse geral". Assim está muito bem, só precisamos de acelerar o ritmo de participação da classe. Venha lá o próximo historiador. Sejamos elitistas.
Adenda: João Pedro Marques já respondeu a Paulo Jorge de Sousa Pinto.