XV
Eremita
John Coplans
5.05.08 Um escritor conhecido disse que o seu velho pai tirava os óculos para fazer a barba. Eu uso a condensação do vapor, o lusco-fusco ou a máquina de barbear eléctrica, que detesto. Um cronómetro também não me parece uma má ideia, em teoria. Chego até a cometer o atentado ecológico de abrir a torneira de água quente da banheira antes de me barbear, para beneficiar de um duplo efeito: o vapor e a urgência. O objectivo é sempre o mesmo: evitar o confronto com o espelho. Má sorte a minha não ter nascido míope. Como podem certos homens passar tanto tempo diante do espelho, para mais em sítios públicos como o balneário de um ginásio? Como podem não se aborrecer diante dos seus rostos? O índice quantitativo da vaidade absoluto só não é o tempo máximo que conseguimos aguentar contemplando o nosso rosto porque não são de excluir os efeitos do peso na consciência.